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 Não sei se a armação da minha morte ocasionou aberturas do amor no meu corpo - como me apontava na feitura, o seguinte versículo bíblico - que por pouco eu perdi de realidade: ''o Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltaram'' (BÍBLIA, Isaías, 58, 11), marcada fortemente no meu coração. e nesta prática de colher subjetivações, para, se possível, permanecer. 

Entre o religioso, profano, feiticeiro...libertação - pois eu me encontrava em uso. 

/Me senti completo/. 

O processo de corpo pesquisa foi ganhando densidade, eu tratando os corpos instalados a sons, vídeos, ruídos, misturando o instante e intervalos.




cada fotografia na edição eu temperava performatividade 


‘’E como dar voz a esse turbilhão, que escrita esse corpo pede? Que corpo é esse que escreve?’’ (Colla, 2019, p 14)

Minha escrita é meu corpo, é efêmera, é mole, é pastosa. se enche de alegria e tristeza: uma montanha russa.

 Muito instantâneo. Meu irmão chegou da rua, comprou um litrão de cloro (estes garrafões) e um litrão de desinfetante. Eu achei tão meu aquele corpo, tão fora de mim - que na hora eu resolvi fotografar sobre o meu corpo. Antes desta proposição em performatividade doméstica (a apreensão do corpo em sua vulnerabilidade potente, que ocupa espaços, memórias ressignificadas, performadas da identificação). eu havia colhido cheiros e utensílios de casa, de cada membro daqui. frascos de perfumes, caixinha de bijuterias, base de esmalte, creme de corpo, desodorantes, liquidificador, mamão, cloro, desinfetante, leite de rosa, máquina de cortar cabelo, ferro. 

Acho que não tô me esquecendo de nada. 

Dispus no chão da sala estes corpos ausentes (que portam coisas para  mostrar, cuidar, tratar, mas que deixaram estes complementos para servir um outro), corpos mutáveis. Penso nestes corpos-membros como performativos, de outros lugares, coisas que carregam, coisas do corpo performativo.



Referência Bibliográfica

COLLA, Ana Cristina. O corpo da palavra ou a palavra do corpo. A escrita como criação. Rascunhos | Uberlândia, MG | v.6 | n.2 | p. 08-22 | agosto 2019 | ISSN 2358-3703.

ALMEIDA, João Ferreira. A Bíblia Sagrada. Revista e Atualizada no Brasil. 1152p. Sociedade Bíblica do Brasil. Copyright © desta tradução, 1988, 1993.

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