Oh, Tifany (música que o cantor Tierry canta) - a música do momento. Não sai da minha cabeçaaa . Tá tocando aqui na rua.
Gente, todos estes registros logo a baixo são de proposições performativas de ''fazer castelo'', uma certa imersão no meu lugar e do lugar público. Uma micro residência que eu participei, em 2019, a convite da dupla de artistas Joana e Fredone, no espaço Estação Espacial, localizada na Barão de Monjardim, 317, Centro de Vitória/ES - Brasil.
FAZER CASTELO> A ação tem início às 19 h, na Casa da Barão, no Centro de Vitória-ES.1º ato:Tentar fazer um castelo;2º ato:Provocar os doces, as matérias;3º ato:Procissão do Castelo pelo centro de Vitória.Gabriel Caetano (@caetano_100) é artista, estudante de artes cênicas, e mora em Vitória/ES.Sua pesquisa se desloca por mídias alternativas, desdobrando a figura de matéria: desenho, pintura, fotografia, descolando um outro corpo (aberto).
Gente, que horror! Fui fazer almoço, quando volto de novo ao texto, excluído. o texto não estava mais aqui. Como recompor a perda?
Minha sorte que eu gravo em áudios, com a intenção de me ouvir - eu mesmo me dou o retorno.
Putz, perdi àquela outra parte - onde eu falo dos meus procedimentos, questões urgentes daquela noite.
Não vou voltar ao áudio da escrita, acho que perco o fervor da mão. Vou tentar me recompor.
Programa
é motor de experimentação porque a prática do programa cria corpo e relações
entre corpos; deflagra negociações de pertencimento; ativa circulações afetivas
impensáveis antes da formulação e execução do programa. Programa é motor de
experimentação psicofísica e política. Ou, para citar palavra cara ao projeto
político e teórico de Hanna Arendt, programas são iniciativas (Fabião, 2013, p
04)
Este evento performativo da presença foi um batismo para mim, fazer performance para mim é voltar a minha certidão, criada, ou fiel. Esta performance aconteceu no momento muito difícil da minha ''existência''; eu não sabia existir (ainda não sei). eu não me enxergava nos lugares públicos e privados (ainda não sei). Aquela noite foi de encontro com os meus guardados, com as feridas não cicatrizadas, com a exclusão, com a minha identidade, com a minha morte. com o meu auto-encontro.
Eu dancei, eu dançava na rua, rebolava na frente do bar; os registros teóricos borravam sobre o meu corpo, mudavam minhas intensões, eram confundidas com o meio que eu operava. performers, dançarinos que eu estudava (estudo); vieram à tona no meu corpo, confrontavam minhas articulações, minhas figuras codificadas. eu não tinha espaço para a recusa. recebia todas as intensões.
Eu me possuí de vestes mundanas, de corpos mundanos, de substituições bêbadas - frágeis. Eu dancei com o bueiro - minha coluna se erguia como de um pato, cavalo, animal; um corpo expresso pelas manifestações religiosas.
Eu me joguei na beira da esquina. fiz corpo - quase o gari me levou pro carrinho. meu corpo confundido com o lixo.
Eu passei pela minha morte. eu escolhi minha morte inventada. Deitei-me num cercado da pracinha -como quem estivesse morto. Curiosos chegam.
Eu, imóvel, aproveito-me daquela arquitetura de caixão, para servir-me à exaustão. ouvindo-me, ouvindo o outro, o ar, o corpo, o cheiro, as incertezas enviesadas.
Eu vivo e morro todos os dias
Num ato simbólico, eu sinto que as palavras às vezes são tiradas.
Todas as imagens à baixo foram registradas por Fredone e Joana.
Referência Bibliográfica
FABIÃO, Eleonora. Programa
performativo: o corpo-em-experiência. Revista do LUME Núcleo Interdisciplinar de
Pesquisas Teatrais – UNICAMP.
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