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eVENTO PERFORMATIVO DOMÉSTICO. Doméstico porque (é preciso, é por estar, fazer) a mim é contemporânea a inquietação do registro, do campo, do corpo operado, das músicas - que escancaram 
política, do jeito de estar, dos berros corporais - que ocupam, passam, fincam armadura - pois é potente.

É instalado no lugar oposto. corpos que são ativadores de acontecimentos, de trocas múltiplas. Instauram políticas afirmativas, instauram inquietações. 

O performer age como um complicador, um desorganizador; cria para si um Corpo sem Órgãos ao recusar a organização dita “natural”, organização esta evidentemente cultural, ideológica, política, econômica. Um performer pergunta sobre capacidades e possibilidades do corpo; sobre pertencimento, exclusão, mobilidade, mobilização; pergunta: de quem é esse corpo? a quem pertence o meu corpo? e o seu? (...) (Fabião, 2013, p 06)

 O meu corpo é este. é impossível eu falar de corpo combustível. Tenho, agora, um corpo bidimensional, um corpo que suporta ser e estar em todos os cantos. Isto só a virtualidade e o meu não registro (minha figura ''fiel'') possibilitam. Este lugar da distância propõe-me alquimias no Google, no YouTuber, no Instagram, nas redes afetivas, nas relações familiares - um outro campo sem nome: do tempo.

Por que mostrar o meu corpo?
O que eu mostro aqui, é validado como corpo para você?
como tornar-se estrutura?  (qualquer ponto de vista)
Que corpo é seu?
corpos habitam virtualidades?
Eu tenho a gravação, o lugar, os objetos, as músicas, as comidas, os áudios, desejos, roupas, tecnologias como meu corpo. substituição? não! CORPOMEU. 
Eu desboto meu corpo natural, transfiguro a minha função para um não elitizado. Me ouso, me articulo, me colo, me performo, me desejo, me abro/fecho, grito-me em silêncio, ME REPITO, caminho contrário, esqueço, desenho, crio mentiras para performar, me medico, me oprimo. 

Eu me comparo com a grama do vizinho. eu me deleto. sou meu pior amigo e inimigo. sou complexo. Tenho dificuldade de olhar, de fechar os olhos, de parar. Eu tive e tenho dificuldade de dizer para mim: PERFORMER.
                                       
                         

   
             


sem resposta.

Referências Bibliográficas

FABIÃO, Eleonora. Programa performativo: o corpo-em-experiência. Revista do LUME. Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais – UNICAMP. 

 



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