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  Fotografia: Fredone e Joana 
  Performer: Gabriel Caetano. 

                                           
Fotografia: Fredone e Joana
Performer: Gabriel Caetano.




árvore do desejo. desejo de desejo. desejo sem desejo. atrito e afeto. compreensão e inusitado. jogo e regra. regra e barreira. jogo e jogo. visualidade e comestível. sentidos e opacidades. gostos e -comprovação. maneiras de se vestir e comportamentos sensuais. abrir e fechar. torcer ''pro'' seu time do coração e beber água. tomar no cú e regar as plantinhas. saber esperar o tempo. saber que existe tempo. tempo /voa/voa/. pedra dura lá de cima, com muitos matinhos. cheiro de natureza, terra molhada; só chover que eu ressuscito. texto e lugar. lugar e distancia. dar lugar. eles elas nós. sem vírgula. ausência. ausência de materialidade. não saber. falta. vazio. espaço e lugar - tempo. escultura vazia. molde cheio. vazio. canudo de plástico, de listras coloridas. o suco da festa ''tava delícia''. periquita gostosa. escolha a sua. 

sol quente. suor. meu chinelo com lama. dedos. bacia. coluna. tornozelo. articulações. ombro. vértebra. punho. mandíbula. brilho rosa, amarelo, verde, rosinha claro. 

voltando. 

Print de tela - imagens de bolo pesquisadas no Google. 


agachar, pegar, soltar. volta. pegar de novo. soltar. liga a música. liga o corpo. passeie pelas suas entonações. cante para si. escute seu espaço. crie uma prátia (fictícia ou não). encare. observe. capta. Quem sabe trocar com o outro? troquem-se de figuras. explore sua vibe. pegar. pegar. fazer corpo de pegar. inventar o sonho. fazer o seu pior. parar. grita, use a voz. voz é a emissão do corpo dilatado. dizer o contato telefônico de 5 (cinco) amigxs. dizer o contato de 5 (cinco) pessoas distantes que ocupam a sua rede. movimente com as palavras. utilize suas pernas para massagear o chão. massageie o externo. sinta seus músculos. o que pode? monte sua escala de imagens e traga aqui a frente, utilizando seu corpo. 

onde seu corpo suporta? 


Print de tela - imagens extraídas do Google; imagens de amoebas. 


Fotografia: Fredone e Joana.
Performer: Gabriel Caetano. 


onde há corpas?


Passeio pós culto
Do que falo quando filmo?

21h e poucas...

Recuperar a engrenagem. 
despreguiça. levanta os braços. abre a boca. ''ufaaa''. vamos lá. bebe água. engole a água. senti fluindo. 

Eu guardo muitas questões plásticas, croquis de textos, desenhos, fotografias corriqueiras, áudio da minha voz, áudios de eu cantando, vídeos instantâneos, fotos de exposições, fotos de família. 

Alguns desses materiais eu guardo no computados, outros no meu guara roupa...Não tenho nem mais espaço ''pra'' isso tudo, gente! 

Senhor!

Eu havia filmado, fotografado um pé de flores - perto da igreja onde eu frequentava.(minha igreja não ''tá'' muito longe do pé de flores). Realizei esta prática logo após o culto, de uns dois anos atrás. 

minha câmera registrou minha memória. o vento que dançava em nossos corpos...- Eu acho que o mesmo peso das flores são os meus. muito leve. o meu corpo que logo saltou à dançar - filmando; eu não sabendo onde entrar, como entrar a racionalidade estética do meu corpo, junto a filmagem. 

Borramos encontros do ''fazer-lugar''. talvez o estímulo que eu assumi de ouvir o meu corpo em estado do tocante frágil, atravessou-me, que, a ''câmera de vídeo é em si mesma um sistema filosófico'' (Walsh, 2004: 172). desta câmera de celular que eu portava, eu enxergava-me dançando com a  realidade em jogo. 

Deixei este registro guardadinho.

Recentemente, tenho fortes vontades de transar com estes estímulos-registros da memória, dos meus corpos, das minhas identidades, do meu ciclo, de um lugar desconhecido. Estas práticas de rever, reler, reouvir, acontecem quase todos os meses, horas....ou até mesmo anos. coleciono memórias no corpo virtual e físico. 

são urgentes a mim estas visitas, às vezes agendadas (como fazer), às vezes ensaiadas, às vezes (sempre) do convite à passagem 

O caminho do gosto nunca é uma bela aléia de jardim francês: ele passa por trilhas inconfessáveis, veredas duvidosas, becos em que se esteve a dois passos de se perder. Não há o que lamentar, é ao preço desses riscos e acasos que cada qual se constitui. E não poderíamos fazê-lo sem riscos (Bergala, 2008, p 75).

reportei-me aos fluxos audiovisuais - guardados no meu computador, do pé de flores. O que me inquietou foi a curiosidade das flores, do tempo, do corpo do tempo, do registro e da presença. eu queria fazer uma visita. eu fui à visita àquele pé de flores, pós culto. Assim feito

fim de culto, chuvoso; a chuvinha não tirou meu foco. desviei de caminho. andei rápido e duvidoso. andei com medo das pessoas me verem filmando a dançar. Fiquei à dançar no lugar que eu havia registrado há dois anos atrás. sua temporalidade corporal era outra.

 a imagem que eu carrego neste computador é desordem (é mudança de corpo) perante sua temporalidade. o pé de flores, como mostra no vídeo acima, é um outro. um outro não visto. um outro entre. um outro conhecido por aqueles que passam por ali. 

um outro que eu lancei tônus e pensamento. 



vocês estão dentro do meu quarto, agachadxs, fotografando parte do meu quarto, corredor e sala.
 

Referência bibliográfica

BERGALA, Alain. A hipótese-cinema / Alain Bergala ; tradução Mônica Costa Netto, Silvia Pimenta. – Rio de Janeiro : Booklink ; CINEAD-LISE-FE/UFRJ : 2008    

GRANDO, Angela. Bill Viola, o tempo em suspensão. Revista Croma, Estudos Artísticos. ISSN 2182-8547, e-ISSN 2182-8717. Vol. 3, (5): 174-182.

                                                                                                                                                                                                                                        



                         

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