Estudo de uma Obra em fluxo!
Esta imagem é resultado de um estudo instalativo, a partir da obra Pedded Cell, da artista Jennifer Rubell; apontamentos catalisadores do meu repertório desenvolvido com a obra, levantando com isso a minha cela acolchoada, ou melhor, aquilo que eu chamei de " qual sua fuga".
Com várias folhas de papel Panamá, recebidas pela amiga Lena Signoreli, não sabia ao certo o que iria fazer, uma grande empolgação a fazer "matérias outras" - que eu não sabia descifrar /codificar o desejo. Uma pesquisa ali, outros escritos da obra, queixas, áudios que me serviram de fuga ( dispositivo que tem me auxiliado muito, não só este, como também outras materialidades - mesmo sendo no final -incompreensíveis como no simples papel de graduando) para não me ater a prática de escrita on-line - como uma certa obrigação do processo - algo como imposto....uma carga, que nunca fez parte de mim ter uma certa disciplina ordenada de fazeres. Nestes embates, loucuras de encontros estruturais e desestruturas, na manipulação do papel Panamá, dobrando, este sofrendo alterações, eu cortando onde havia dobrado, malhando tecnicamente um possível espaço arquitetônico - descobrido na manipulação. Neste jogo de tirar, colocar, de questões indagatórias, o corpo poético de Lygia Clark com seus bichos manipuláveis, me respaldou de uma ponte da ação com a ciência viva da matéria: criticidade.
Nesta caixa-espaço-arquitetônica, de recorte impreciso, desvios, sem teto, flexível a colocar outra parte do papel, ou teto ou parede onde quiser, neste intervalo, reforcei com fita preta. Paredes cobertas/revestidas com plástico celofane de cor 🌹 rosa. Um dado muito importante estar aqui digitalizado são os modos instaladas deste plástico. Corte este plástico em retângulo, e fui "organizando" sobre a caixa-espaço-arquitetônica; tentei cobrir a figura de papel nesta caixa, o que prevalecia era a cor. Coberta toda a caixa, propus ser minha aquele cômodo pequeno, fazendo referência a obra Pedded Cell, de 8' x 16 - claustrofóbico, reafirmei minha figura, uma foto de quando eu era bebê foi projetada na parede - daquelas paredes. Não bastando a caixa coberta com plástico rosa, queria algo que me afirmasse, para além daquilo que a artista Rubell provocou/provoca com sua obra em questão, aqui discutidas; saber que lugar era este "materializado plasticamente" pelas questões surgidas. Pra onde, pra quem, quem habitava, pra onde vai, se vai, suas continuidades, e também, descontinuidade, a frase escrita no papel de guardanapo, este elemento que efêmero, de boca, que escreve música...etc, pensando nos meus alunos, modos práticos de se fazer ------. "Qual é a sua fuga", no topo do papel, quase centralizada, na parte inferior do papel, a baixo, contava " escreva ou leve sua fuga" - uma participação ativa - que constroem comumente a arte: sujeitos x objeto. Por fora da caixa dois furos, um furinho,f outro quadrado cortado com o dedo, fazendo ilusão ao voyeurismo, quem ativa a se permitir encarar escritos ali presentes.
Logo em seguida, desfiz a caixa. Ampliei o suporte: expandi o corpo, até então, estava ótima e estruturada à primeira instância....Naturalmente, este desmonte foi crucial para o meu descolamento de a obra lida, para minha obra pessoal, ressignificada, sem compromisso de fazer parecido com a obra.
A ampliação da caixa pára um surto estranhado, com aquelas desordens dos plásticos celofanes, como pedidos a serem servidos, pedidos, lembretes. Era bonito aquele corpo. Era potente minha permissão.
Esta segue os princípios da primeira. Aqui o segue plasticamente materiais isolados, que na análise a posteriori neste acúmulo multiplicador de fotografias, receita poética, recorte de papel machê, segredo de voto, etc, compôs um campo tridimensional pictórico. House um alongamento dos fazeres bidimensionais.
Pintura, papel panamá, papel celofane, papel crepom e objetos pessoais, 2020. Dimensões variadas.
Instalação, papel panamá, papel celofane, guardanapo e fotografia, 2020. Caixa flexível. Dimensões variadas.
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