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                                            CORPO I

                                                                      (20/02/18)



         
      Bom,antes de se chegar a aula de corpo,confesso,tive muitas inquietações.Por conta da roupa de época(terno social,vestido longo).Fui embora com aquilo na cabeça...Fiquei todo empolgado....Falei para meus pais que,na próxima aula de corpo,nós alunos,teríamos que ir trajados de roupas devidamente social/neutro,linear.

       Minha escolha não foi fácil.Tive vários problemas para escolher.Passei das texturas até o liso,do liso até a bainha da causa.Tudo no seu devido lugar,como o corpo dos anos 70,80 pedia.Troquei,tirei;compus o grande,enxuto em mim.

       Essa roupa que é cênica a partir do momento em que há a preponderância do nosso estado de ser presente,pertencente àquilo.O desconforto,o vazio que sobra na roupa me interessou muito para a escolha.A figura de um achado em primeiro plano,porta-voz naquele corpo que dilata
    

        Eu Pensando...O corpo,o corpo nosso de cada dia:contemporâneo,como é afetado quando impregnado à outro material/partitura de peso que a roupa traz,carrega,para quem a usa,e de forma fora do tempo.Uma segunda carne,em transmutação.Como se tirar o agora e partir para o novo que na mesma instância é velho.O ''se'' (re)conhecer o seu corpo no espelho...Ah,o poder que o espelho oferece é de uma enorme afirmação de quem sou,onde,como está,como cheguei e pra onde vou. -Passa meio que esse filminho no nosso subconsciente.Nos coloca em humanidade e fragilidade,ao contraponto de que,passa e muda.Sagaz.


        Na nossa 2ª aula de corpo,resgatamos elementos importantíssimos para partitura corporal/pesquisa,da nossa 1ª aula que foram as ações primárias.Fizemos uma espécie de coreografia -entendo mais como despertar nosso corpo enquanto produtores de nossas próprias matrizes corporais(esse registro que fica,de outro trabalhos nossos,exercícios).Muito bom.carnal,humano,selvagem...poluído(no certo sentido ao meu ver de planos,passos,rastros deixados)composição da nossa professora Rejane Arruda

        Partindo desse ponto,de dilatação corporal(grande,exagero,plástico,redondo e quadrado),matrizes(o resultado do corpo,a forma,aquilo que está guardado lá dentro,só o ator sabe),substituição(parte da mente.Como eu vejo o outro,homem,objeto.Inverto os papeis,conhecendo ao não tal coisa.Vou de encontro a ela,ações reais,olhar,tocar,puxar.Situação que acontece naturalmente).

        Na outra RODADA.por que não??

        Tivemos o congelamento das ações dilatadas,com o tema:assassinato.Íamos fazendo nossa partitura corporal sobre o tema,e a profª dava o comando/batia palma todos congelavam.Para tal surpresa,deveríamos pensar também na sustentação do corpo,pés no chão,joelhos inclinados para sustentar o corpo;depois descongelava e prossegui a dilatação assassinalística.


       Eis que surge o Campo de Visão.Tínhamos que formar a letra ''U'',ombro do ladinho de ombro.Essa ação trás sensibilidade para o ator e concentração para o jogo teatral.O condutor deve ser preciso com seus movimentos(figurativo,pode-se haver nuances,lirismo,mas observando se todos conseguem acompanhar).A ideia é de não olharmos olho no alho.Sempre pegando em 180 graus aquilo que for passado em nossa frente,lao(nunca girar a cabeça).Por isso se hama campo de visão.vou pegar só aquilo que estiver ao meu alcance.Se o grupo passar e alguns colegas não verem,não podem virar pra ver.Devem ficar parados onde estão,para depois o grupão passar sobre o que ficou para trás.


   




  Ação sobre o outro:Pegar/tocar/abraçar...Princípios para o realismo.No jogo,uma fileira de frente para outra,pela qual,nós teríamos que escolher qualquer colega e afetar,seja por qualquer ação sobre o outro(sem fala)só o mudo/ação.Lembrando que,para esse jogo,a substituição é super fundamental para se chegar no outro.Por exemplo.Na minha cabeça eu não vejo a pessoa que realmente é.eu imagino aquela pessoa ser um cachorro,uma casa fodida,meu homem nojento que fuma e só me dá desperdiço,minha mulher doidona,drogada...enfim.Substituir quem eu sou por outra coisa.

            Para a realização,em termos organizacionais,iam uma dupla por vez.No jogo haviam três regras:

 1 :o colega escolhe um jogador e afeta-o;
 2 :o colega que foi afetado não pode retribuir,no momento;
 3 :o 1º colega que afetou o outro,volta para o seu lugar;
 4 :o colega que não afetou,vai até o outro(o 1º que a afetou) e afeta
 5:esse 2º colega,depois de ter afetado o 1º jogador,fica no meio e o 1º jogador vai até ele no MEIO e   acontece a improvisação realista.Lembrando sem fala alguma.Lembrando do cinema mudo.Todas as relações entre homens e mulheres na prática do cotidiano,não no extra-cotidiano,sem dança,passos que podem levar a coreografia.Sem isso.Apenas ações sobre o outro.Se entregar mesmo.


    Na 1ª vez eu joguei com a Bruna.Nós trabalhamos,(acredito eu)paixão,ódio e apreciação.Toque nos dedos dos pés,mãos,abraços quentes/sangue,corpos se conhecendo.Como uma vida de casal que nós vivemos.

 Para a 2ª chamada de ''trocar de dupla'' meu colega foi o Daniel.Nós fizemos parcerias de amigos,sair para ver a noite,conhecer cada coisa que nos cercava,fumamos,bebemos,nos drogamos...brigamos por não sermos compreendidos.Voltamos as pazes,ajoelhamos em devoção,nos benzemos.


    Uma coisa muito interessante desse jogo,que eu achei foi,mesmo eu não conhecendo o meu companheiro de cana/jogo,eu(todos os atores) devo captar como uma espécie de antena,em que ele pensa junto com o colega,vai até onde ele pode ir.Sem pudor no sentido de se entregar ao outro jogador,mas dependendo do que a dupla for trabalhar,pudor,vergonha,timidez fica interessante.O irado é se jogar,MUITO!

  

                                                                            






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